No mundo capitalista e
sensacionalista em que vivemos, no qual pessoas preferem correr para gravar a
cena de uma tragédia, ao invés de estender a mão para ajudar, uma pergunta
pertinente não quer calar: ‘Será que estamos sentenciados a viver numa sociedade
na qual, tudo acontece tão depressa ao ponto de não notarmos mais as pessoas
que anseiam por ajuda, um toque, um carinho, uma cortesia ao nosso redor?’
É necessário
rever o conceito de ‘cortesia sem hipocrisia’, pois, nos dias de hoje, cada ato
de solidariedade vem acompanhado de um curtir ou compartilhar. Aquela velha
frase: “o que uma mão faz a outra não precisa ficar sabendo”, infelizmente ela
parece antiquada nesta era da fibra ótica, redes sociais, Internet.
Bom, posso
dizer por experiência própria, nas visitas que fazemos aos hospitais, como os
Doutores Palhaços estão sendo banalizados pelos “Doutores Facebook”, que são
aqueles que buscam o estrelato a qualquer preço, mesmo que tenham que fazer
graça para uma criança internada sorrir para uma bela foto e depois postá-la no
Facebook para ser curtido, comentado e compartilhado. Não porque uma criança
doente sorriu, mas porque é engraçado o suficiente para fazer uma criança
sorrir, ou seja, o objetivo da missão não é mais o mesmo. É necessário repensar
a que viemos, para que a missão não se torne uma maquiagem tão bem feita, que
ninguém mais sabe o que é cortesia e o que é hipocrisia.
Estou
disposto a me desconectar do ambiente virtual, para ter tempo de diagnosticar
se há alguém real a minha volta precisando de um sorriso. Para isso precisamos
estar conectados com o amor e disponibilidade no coração.
Liko Barreto

Nenhum comentário:
Postar um comentário